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Produção industrial recua 0,4% em setembro

Produção industrial recua 0,4% em setembro

A produção industrial em setembro caiu 0,4% em relação a agosto de 2025, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. O resultado elimina parte do avanço de 0,7% registrado no mês anterior e indica perda de ritmo no setor. Mesmo assim, a produção ainda se mantém 2,3% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), embora esteja 14,8% abaixo do pico histórico alcançado em maio de 2011.

O gerente da pesquisa, André Macedo, explicou que, entre abril e julho, “o total da indústria teve um comportamento predominantemente negativo e acumulou nesse período perda de 1,3%. No resultado de setembro, o setor industrial voltou a registrar perda, influenciada, principalmente, por segmentos de peso na estrutura industrial que apresentaram recuos relevantes na produção: indústria farmacêutica (medicamentos), setor extrativo (óleos brutos de petróleo) e indústria automobilística (automóveis e autopeças), que, em conjunto, respondem por aproximadamente 23% do total da indústria geral”.

Setores com maiores quedas e avanços

Na passagem de agosto para setembro, houve recuo na produção em 12 dos 25 ramos industriais pesquisados. As maiores quedas vieram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), indústrias extrativas (-1,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,5%). Esses setores foram determinantes para o resultado negativo geral, interrompendo uma sequência de quatro meses de avanço em parte da indústria.

Por outro lado, 13 atividades apresentaram crescimento, com destaque para produtos alimentícios (1,9%), que exerceram o principal impacto positivo sobre a média geral. Essa categoria já acumula três meses de alta consecutiva, somando 4,4% de crescimento. Outros destaques positivos foram produtos do fumo (19,5%), madeira (5,5%) e borracha e material plástico (1,3%).

Comparação com 2024 mostra crescimento de 2,0%

Na comparação com setembro de 2024, a produção industrial avançou 2,0%, com resultados positivos em 16 dos 25 ramos pesquisados. Produtos alimentícios (7,1%) e indústrias extrativas (5,2%) lideraram os ganhos, impulsionados pela alta na produção de carnes, açúcar e sucos concentrados de laranja, além do aumento na extração de petróleo e minério de ferro.

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“No setor de produtos alimentícios, 70% dos produtos investigados registraram aumento na produção, evidenciando um perfil disseminado de expansão”, afirmou Macedo.

Mesmo com esse avanço anual, algumas atividades ainda enfrentam retração. Entre as quedas mais expressivas estão coque e derivados do petróleo (-7,2%), produtos de metal (-4,0%) e veículos automotores (-1,4%). No caso dos biocombustíveis, a menor produção de álcool etílico pode estar associada a uma mudança na estratégia das usinas.

“Destaco que o recuo observado nesse item pode estar associado à estratégia de alocação do processamento da cana-de-açúcar, que ao longo desse ano foi direcionado em maior proporção para a produção de açúcar, em detrimento da produção de álcool”, explicou o pesquisador.

Acumulado do ano ainda é positivo, mas ritmo desacelera

Apesar da queda na produção industrial em setembro, o acumulado do ano mostra alta de 1,0%, e o dos últimos 12 meses, de 1,5%. O desempenho, no entanto, confirma a desaceleração observada nos últimos meses — o índice vinha em 1,6% em agosto e chegou a 2,8% em maio.

A média móvel trimestral também variou apenas 0,1%, sinalizando estabilidade após um período de oscilações.

Os dados do IBGE revelam que a indústria brasileira segue em um ciclo de recuperação moderada, mas ainda enfrenta desafios estruturais. A combinação de demanda interna instável, custos de produção elevados e desempenho desigual entre os segmentos continua limitando o avanço mais consistente do setor.

Próximos passos da pesquisa

Os resultados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), que acompanha desde a década de 1970 o comportamento da produção nas indústrias extrativa e de transformação.

A próxima divulgação, referente a outubro de 2025, será em 2 de dezembro, quando será possível observar se o setor retoma o crescimento ou mantém o sinal de alerta aceso.

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