O que esperar do Copom é a principal pergunta do mercado financeiro nesta semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (4) a reunião que definirá o futuro da taxa básica de juros, a Selic. O resultado será divulgado nesta quarta-feira (5) e, segundo analistas, a tendência é de manutenção no atual patamar de 15% ao ano, o maior desde 2006.
A decisão é considerada decisiva para os rumos da economia brasileira, já que a Selic é o principal instrumento de controle da inflação. Juros elevados encarecem o crédito, reduzem o consumo e limitam o crescimento econômico, mas ajudam a conter a alta de preços. Atualmente, a inflação dá sinais de arrefecimento, embora ainda esteja acima da meta de 3% estipulada pelo Banco Central.
Na última ata, o BC reforçou seu compromisso com a estabilidade de preços e a condução de uma política monetária rigorosa. “O Comitê avalia que a reancoragem das expectativas de inflação reduz os custos da desinflação e entende que tal processo exige perseverança, firmeza e serenidade”, destacou o documento divulgado após a reunião anterior.
O que esperar do Copom: estabilidade agora, cortes no futuro
De acordo com o boletim Focus, do próprio Banco Central, o mercado projeta estabilidade na Selic até o fim de 2025, mantendo a taxa em 15% ao ano. Para 2026, a previsão é de redução para 12,25%, enquanto as projeções para 2027 e 2028 permanecem em 10,5% e 10%, respectivamente.
Entre agosto de 2022 e junho de 2023, a Selic ficou estacionada em 13,75% ao ano. Depois, o Copom promoveu sete cortes que levaram a taxa para 10,5% até maio de 2024. No entanto, a partir de setembro do mesmo ano, iniciou-se um novo ciclo de alta, que elevou os juros ao patamar atual.
Apesar da expectativa de estabilidade nesta reunião, parte do mercado já projeta o início de um novo ciclo de cortes no próximo ano. “Alteramos nossa expectativa para o ciclo de afrouxamento monetário. Esperamos que os cortes na Selic comecem na primeira reunião do Copom, em janeiro de 2026, e sigam até 12,5%, ante projeção anterior de 13%”, afirma Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.
Segundo ele, os indicadores mais recentes de atividade e inflação sustentam essa visão. “Os dados mostram uma trajetória mais condizente com a continuidade da melhora da inflação, ainda que a convergência para a meta de 3% permaneça distante”, explica Kautz.





