O pré-mercado hoje (27) opera em tendência de alta. A semana começa com os mercados atentos aos desdobramentos do encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado no domingo (26) na Malásia. O diálogo entre os líderes abriu caminho para a revisão das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e sinalizou uma possível retomada das relações comerciais entre os dois países. Na semana, Trump deve se encontrar também com Xi Jinping, da China.
O foco global, porém, está voltado para a intensa agenda de política monetária e balanços corporativos ao longo da semana. O Federal Reserve (Fed) inicia na terça (28) a reunião de dois dias que culminará, na quarta-feira (29), com a decisão de juros — expectativa majoritária de corte de 25 pontos-base. O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) também anunciam suas decisões nesta semana.
Nos Estados Unidos, o shutdown do governo segue suspendendo a divulgação de indicadores-chave como o PIB do terceiro trimestre e o índice de preços de gastos com consumo (PCE). No calendário corporativo internacional, o destaque é a expectativa pelo balanços das big techs, que movimentarão o mercado a partir de quarta-feira.
Pré-mercado no Brasil
No cenário doméstico, o destaque desta segunda-feira é a divulgação do Boletim Focus, com projeções atualizadas de inflação, PIB, câmbio e taxa Selic. O relatório será acompanhado de perto pelo mercado, especialmente após sinais de que a política monetária pode permanecer estável até o fim do ano.
Na agenda corporativa, a Neoenergia apresenta seus resultados do terceiro trimestre, dando início a uma semana intensa de balanços no país, com Vale, Ambev, Santander e Bradesco entre os destaques. Os investidores também monitoram os desdobramentos da reunião entre Lula e Trump, que pode influenciar o humor dos mercados e o comportamento do câmbio.
Com a expectativa de divulgação dos dados de emprego ao longo da semana, os economistas reforçam a importância desses números para calibrar as projeções de juros no Brasil, em meio a um cenário externo de cortes nas taxas globais e discussões fiscais domésticas.
Pré-mercado: por que acompanhar?
Antes de a campainha oficial marcar o início das negociações nas bolsas de valores, já existe um período de aquecimento importante para os investidores: o pré-mercado. Esse intervalo de tempo, que ocorre antes da abertura regular do pregão, serve como um termômetro do que pode acontecer ao longo do dia e ajuda a antecipar tendências e movimentos de preço.
O que é o pré-mercado
O pré-mercado é o momento em que as ordens de compra e venda começam a ser registradas no sistema da bolsa, mas as negociações ainda não foram oficialmente iniciadas. Em outras palavras, é uma fase de preparação — os investidores informam seus interesses, e o mercado começa a formar os preços de abertura das ações.
No Brasil, por exemplo, a B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) abre o pré-mercado das 9h45 às 10h, antes do início efetivo das negociações, que ocorre às 10h. Nos Estados Unidos, a NYSE e a Nasdaq também têm um período de pré-market que começa bem mais cedo, a partir das 4h da manhã (horário de Nova York), o que permite que investidores reajam rapidamente a notícias e eventos internacionais.
Por que o pré-mercado importa
Durante o pré-mercado, o comportamento dos preços pode indicar como os investidores estão reagindo a fatos recentes, como divulgações de resultados de empresas, decisões de política monetária, notícias econômicas ou até acontecimentos geopolíticos.
Por exemplo, se uma companhia divulga lucros acima do esperado antes da abertura da bolsa, suas ações podem apresentar forte demanda no pré-mercado, sinalizando uma possível alta assim que o pregão começar. Da mesma forma, uma notícia negativa pode provocar queda nas intenções de compra e pressionar os preços para baixo.
O que o investidor deve observar
- Tendência dos índices futuros – Os chamados futuros de índices (como o futuro do Ibovespa, S&P 500 ou Nasdaq) já refletem as expectativas do mercado e ajudam a prever o humor dos investidores para o dia.
- Notícias e eventos globais – Fatos ocorridos durante a madrugada, especialmente na Ásia e na Europa, costumam afetar diretamente o sentimento dos mercados no início do dia.
- Liquidez e volume – Nem todas as ações têm forte movimentação no pré-mercado. Avaliar o volume de ordens é essencial para entender se os preços indicados são realmente representativos.
O pré-mercado é, portanto, uma ferramenta de leitura e antecipação. Embora nem sempre antecipe com precisão o comportamento do mercado durante o pregão, ele oferece sinais valiosos sobre o sentimento dos investidores e os possíveis rumos das cotações.
Para quem investe, acompanhar o pré-mercado é mais do que uma curiosidade: é uma forma de entrar no pregão preparado, com uma visão mais clara do contexto e das expectativas que vão influenciar as decisões ao longo do dia.
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