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Rede D’Or (RDOR3) prepara oferta pelo Fleury (FLRY3), diz jornalista; empresas negam operação

Rede D’Or (RDOR3) prepara oferta pelo Fleury (FLRY3), diz jornalista; empresas negam operação

A Rede D’Or (RDOR3) está preparando uma oferta para incorporar o Grupo Fleury (FLRY3). As negociações estão em curso entre a gigante hospitalar e o Bradesco (BBDC4), maior acionista do Fleury com 23% das ações, segundo informações obtidas pelo colunista Lauro Jardim, d’O Globo, e pelo Brazil Journal.

De acordo com fontes do Brazil Journal, o desenho da transação prevê uma oferta em dinheiro, mas também deve contemplar pagamento em ações, permitindo que acionistas que assim desejarem permaneçam na companhia. 

A publicação ainda informa que o JP Morgan (JPM; JPMC34) está assessorando a Rede D’Or na operação, enquanto o Morgan Stanley (MS; MSBR34) trabalha com o Fleury. O trabalho dos bancos de investimento começou há cerca de um mês.

As conversas entre as partes se iniciaram há pouco mais de três meses, quando Jorge Moll procurou o Bradesco. O banco demonstrou ver a combinação com bons olhos. O Bradesco detém 24,9% do capital do Fleury, que vale R$ 6,9 bilhões na Bolsa após as ações caírem 20% nos últimos 12 meses. Em comparação, a Rede D’Or tem valor de mercado de R$ 75 bilhões.

Para que a oferta seja bem-sucedida, será necessário agradar outros stakeholders importantes. O grupo de médicos que possui 11% da companhia e três assentos no conselho de administração, historicamente com voz ativa em decisões estratégicas, precisará ser convencido. A família Pardini, que também ocupa três das dez cadeiras do conselho, é outro grupo relevante no processo decisório.

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Esta não seria a primeira aproximação entre Rede D’Or e Fleury. A empresa dos Moll já foi acionista do laboratório há 15 anos, quando vendeu sua rede de laboratórios no Rio de Janeiro, a Labs D’Or, por R$ 1 bilhão. Posteriormente, a família zerou sua participação vendendo as ações no mercado.

Parceria com Bradesco

A proximidade entre Rede D’Or e Bradesco também não é novidade. No ano passado, as empresas anunciaram uma joint venture, a Atlântica D’Or, através da qual se tornaram sócias em três hospitais inicialmente. A parceria representou uma forma criativa do Bradesco verticalizar parcialmente sua operação de saúde e ter acesso a serviços e condições de negociação mais favoráveis, em um momento desafiador para o setor de saúde suplementar.

O setor enfrenta dificuldades para equilibrar as contas em meio à regulação rígida e inflação médica acelerada, o que torna movimentos de verticalização uma estratégia atrativa para as empresas.

BTG vê lógica estratégica, mas impacto limitado no valor da Rede D’Or

O BTG Pactual (BPAC11) avalia que a possível incorporação do Fleury pela Rede D’Or faria sentido do ponto de vista estratégico. Segundo a análise do banco de investimentos, a companhia ainda possui presença pequena no segmento de diagnósticos, que representa cerca de 20% dos sinistros no mercado privado de saúde.

Uma transação dessa natureza não apenas ampliaria o mercado endereçável da Rede D’Or, como também fortaleceria sua vantagem competitiva ao reforçar o ecossistema, aumentar a captação de pacientes e direcionar maior volume dos hospitais para a rede de diagnósticos. A operação também daria à Rede D’Or maior poder de barganha nas negociações comerciais.

Esta não seria a primeira tentativa da Rede D’Or no segmento de diagnóstico. Em 2021, a companhia fez uma oferta pública voluntária pela Aliança (antiga Alliar), uma das principais empresas de diagnóstico do país, com prêmio de 22% sobre os preços de mercado, mas foi superada por outra oferta.

O BTG destaca que a aproximação gradual da Rede D’Or com o Bradesco reforça a tese de que essa combinação tem sentido estratégico. Apesar da lógica estratégica, o banco avalia que é pouco provável que as sinergias tenham impacto significativo no valor de mercado da Rede D’Or, considerando a diferença de tamanho entre as empresas – Fleury vale R$ 7 bilhões contra R$ 75 bilhões da Rede D’Or.

Atualmente, a Rede D’Or negocia a cerca de 14 vezes o lucro projetado para 2026, enquanto o Fleury é negociado com desconto relevante, a aproximadamente 9 vezes o lucro de 2026. O BTG mantém a Rede D’Or como principal escolha no setor de saúde e recomendação de compra para o Fleury, considerando seu valuation atrativo e perfil defensivo.

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Posicionamento oficial das empresas

Apesar das informações divulgadas pela imprensa, ambas as empresas emitiram esclarecimentos negando acordos concretos.

A Rede D’Or informou que não existe qualquer decisão, proposta ou documentos celebrados sobre eventual transação envolvendo a Fleury ou seus acionistas. A companhia disse que avalia permanentemente oportunidades de expansão, mas reforçou não haver compromisso concreto em andamento.

O Fleury também se manifestou esclarecendo que não há qualquer decisão de sua administração ou compromissos celebrados com a Rede D’Or. A empresa informou que analisa constantemente as condições do mercado buscando oportunidades compatíveis com seus objetivos estratégicos, comprometendo-se a manter acionistas e mercado informados sobre desenvolvimentos relevantes.

Ações do Fleury disparam e Rede D’Or avança com rumores de fusão

Na manhã desta segunda-feira (21), as ações do Grupo Fleury (FLRY3) operavam em forte alta, com valorização de 14,49%, cotadas a R$ 14,46, refletindo o otimismo do mercado com a possível fusão com a Rede D’Or. Já os papéis da Rede D’Or (RDOR3) subiam 0,55%, negociados a R$ 33,07, após abrirem o dia cotados a R$ 32,89.