Após a vitória nas eleições legislativas de domingo, o presidente da Argentina, Javier Milei, voltou suas atenções para as agendas econômica e trabalhista, reforçando o discurso de desregulamentação e simplificação tributária que marcou sua campanha. O governo libertário garantiu ao menos um terço das cadeiras no Congresso e agora busca formar uma maioria por meio de alianças com outras bancadas.
Em pronunciamento nesta terça-feira, Milei afirmou que pretende eliminar 20 impostos como parte de uma ampla reforma tributária.
“Temos um plano para reduzir 20 impostos agora, expandindo a base tributária para que, ao reduzir as alíquotas, a sonegação se torne inútil. Em outras palavras, as pessoas não vão querer ficar no setor informal. Mas primeiro, é preciso modernizar o mercado de trabalho, o que não implica perda de direitos”, declarou o presidente.
Javier Milei: corte de impostos e flexibilização das regras trabalhistas
A proposta de Milei combina uma política de corte de tributos com a flexibilização das regras trabalhistas. Segundo o jornal argentino La Nación, o governo apoia um projeto apresentado no ano passado que prevê a fragmentação do período de férias, a criação de bancos de horas e a ampliação de acordos coletivos flexíveis entre empregadores e trabalhadores.
Apesar do avanço político, Javier Milei ainda não garantiu o controle total do Congresso. Com base nas projeções mais recentes, a coalizão governista deve ocupar cerca de 100 das 257 cadeiras na Câmara dos Deputados e 19 das 72 no Senado, a partir de 10 de dezembro.
Para aprovar suas “reformas de segunda geração” — previstas para 2026 e voltadas à modernização estrutural da economia argentina —, o presidente convocou governadores e outras forças políticas ao diálogo. O objetivo é formar uma base de apoio mais ampla e consolidar as mudanças econômicas iniciadas em seu primeiro ano de governo.
O partido de Milei saiu vitorioso nas eleições legislativas argentinas com um resultado que reforça o poder do presidente no Congresso. A legenda La Libertad Avanza alcançou 40,8% dos votos para a Câmara dos Deputados, superando com ampla vantagem a coalizão peronista Fuerza Patria, que obteve 24,5%. Com mais de 90% das urnas apuradas, a projeção é que o partido conquiste 64 cadeiras na Câmara, mais que o dobro das 31 destinadas aos peronistas.
Esse resultado marca um ponto de virada para o governo Milei, que até então contava com apenas 37 deputados e seis senadores. A ampliação da base legislativa é crucial para o avanço das reformas econômicas e políticas de austeridade defendidas pelo presidente. Com 86 votos necessários para impedir a derrubada de vetos presidenciais, o novo cenário parlamentar aproxima Milei de uma posição de maior estabilidade e poder de negociação.
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